Rosana lança álbum com inéditas de Hyldon, Zeca Baleiro e Gabriel Moura

Transitando com propriedade entre o pop/soul, o R&B e a disco music, Rosana coloca suas habilidades vocais a serviço do ouvinte em Feitiço, um álbum ousado, empoderado, papo reto e cheio de verdades. O registro chega ao streaming nesta sexta-feira, 10 de novembro, via Selo Poliphonia, marca criada pela LAB 344 para celebrar o melhor da música popular brasileira de todos os tempos.

Fazendo alusão a outras lendas da música, a cantora entrega fraseados impecáveis em músicas como “Wonder Woman”, presente inédito de Gabriel Moura, Cris Delanno e do querido e saudoso Alex Moreira: Ser Wonder Woman todo santo dia/Juro que é difícil demais/Pode crer que uma super-heroína/Não tem um segundo de paz. Em “Setembro”, a cantora e multi-instrumentista convida Zeca Baleiro para evocarem o melhor de seus universos musicais. A balada soul, de autoria de Baleiro e Wado, é uma viagem no tempo da saudade: Eu sinto falta do seu toque/Do seu rock/Do seu ser.

A dançante “Eu Bem Que Te Avisei” (Sergiopí/Bombom), traz feat do filho rapper Fiengo e foi lançada durante a pandemia. O single ganhou clipe dirigido por Henrique Alqualo. “Um Tempo Pra Nós Dois”, inédita de Hyldon e Michael Sullivan, é um audacioso chill trap para ser ouvido em modo repeat, enquanto a inventiva releitura de “Cidadã do Mundo” (Claudio Rabello/Torcuato Mariano), canção originalmente lançada no álbum Onde o Amor Me Leva, de 1989, coloca Rosana em um cenário pós-disco vanguardista.

É impossível não se enfeitiçar pelos arranjos vocais de faixas como “Feitiço” (Cris Braun/Leoni) e “Menos Carnaval” (Cris Braun/Alvin L), que foram pré-produzidas “ao vivo” no estúdio e trazem elementos da soul music clássica organicamente apimentados com tempero pop. As virtuosas sessões contaram com o auxílio luxuoso do saudoso músico Lulu Martin em que tocou piano Fender Rhodes.

Fechando o cardápio musical, Rosana abre parceria com Sergiopí no esfuziante interlúdio “Faz um Papapa” e em “So Beautiful, Pt. 1”, brisa nostálgica que encerra o álbum com “gostinho” de quero mais, como se fosse um spoiler para um próximo single.

Todas as vozes e overdubs ouvidos no álbum foram executados pela cantora com direção de Sergiopí, que produziu as faixas com parceiros como Hiroshi Mizutani (teclados, programações), Bombom (baixo elétrico, guitarras, efeitos) e Jair Donato (guitarras, programações), com exceção de “Setembro”, que traz arranjo de Wado e Donato. Diogo Macedo tocou bateria, e Tuta Macedo gravou, mixou e masterizou.

“Ser artista mulher nesse país, por si só, já traz muitas dificuldades. Muitas vezes temos que aguentar julgamentos e injustiças. Coisas que não acontecem no cenário masculino. Essa é a pior parte. A parte boa é o carinho que a gente recebe dos fãs. É a força que nos dá ânimo para seguirmos em frente. É quando a gente sente que todo o sacrifício valeu a pena”, confessa Rosana.

Ganhadora de vários prêmios da indústria, entre eles cinco como melhor cantora, oito discos de ouro e dois de platina, Rosana teve seus hits no topo das paradas em toda América Latina, Portugal e Espanha, se tornando um fenômeno popular. A cantora marcou uma geração com clássicos como “Nem Um Toque”, “Custe O Que Custar”, “Direto No Olhar” e “Vício Fatal”, mas foi com o “O Amor e o Poder” que Rosana passou a ser reconhecida como a “deusa” da música brasileira. Caetano Veloso, em seu livro “Verdade Tropical”, Cia das Letras, 1988, escreveu: “Rosana é uma das maiores cantoras brasileiras, capaz de superar uma Elis Regina”).

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