SETENTA + UM, Antonio Nóbrega celebra a vida e carreira com memórias e novidades

Não é todo dia que um artista tem a oportunidade de celebrar 71 anos de vida junto aos 51 de carreira, aos 31 do Instituto Brincante que dirige com a companheira cujo casamento crava os 41 anos de idade. É exatamente por isso que Antonio Nóbrega tem muito a comemorar.

SETENTA + UM é o nome do espetáculo do multiartista, cuja breve temporada de estreia acontecerá nos dias 17, 18 e 19 de março de 2023, no Sesc Belenzinho. O título vem do fato de Nóbrega, não tendo podido estreá-lo em 2022, resolveu, então, não deixar passar as efemérides lançando o espetáculo em 2023.

No espetáculo serão reavivados as décadas de atividades artísticas do artista, que tiveram como marco inicial a sua estreia no Quinteto Armorial, importante grupo de música instrumental brasileiro do qual Nóbrega foi integrante.  Convidado por Ariano Suassuna para fazer parte do quinteto e do Movimento Armorial, cuja proposta era a da criação de uma música de câmara brasileira de raízes populares, Nóbrega durante toda a década de 1970 realizou viagens com o grupo e dedicou-se à pesquisa das manifestações culturais populares.

Foto: Silvia Machado

 

Ao longo de cinco décadas, o multiartista realizou diversas encenações em que, seguindo a linguagem dos espetáculos populares brasileiros, congregou música, dança e teatro. Coube ainda, ao lado de sua esposa Rosane Almeida, idealizar e dirigir em São Paulo, o Instituto Brincante, local de cursos, apresentações, oficinas, mostras e encontros para difundir aspectos da cultura brasileira pouco ou não conhecidos. Em reconhecimento à sua obra, em 2008, recebeu o título de Cidadão Paulistano em cerimônia na Câmara dos Deputados de São Paulo.

Nóbrega e seu legado, representam, sem dúvida, um marco na difusão e incentivo ao estudo, prática e recriação do mundo cultural popular brasileiro. Um dos reconhecimentos pelo seu trabalho veio em 2014, quando juntamente com o frevo, – patrimônio imaterial da humanidade – o artista foi o homenageado do Carnaval do Recife.

SETENTA + UM é uma grande reunião de obras e de pessoas que ao longo dos anos ajudaram a escrever a carreira do artista. Segundo Nóbrega: “No espetáculo reúno canções, danças e cenas dos vários espetáculos que criei: Na Pancada do Ganzá, Lunário Perpétuo, Nove de Frevereiro, Rima, Figural entre outros.  Assim integrarão o repertório do espetáculo canções como Carrossel do destino, Bruma, Minha voz não silencia/porque poeta não cala, Fervo entre novas criações elaboradas nesses últimos e difíceis anos pelos quais todos passamos”, revela.

Foto: Silvia Machado

 

Nesse velho-novo espetáculo, estarão junto ao artista músicos que o acompanham desde os seus primeiros espetáculos como Edmilson Capelupi (cordas e direção musical), Cleber Almeida (bateria), Olivinho (acordeon), Zezinho Pitoco (sax alto e zabumba) e alguns dos integrantes da banda Silibrina (criada pelo seu filho Gabriel, que participa do espetáculo): Franci Óliver (percussão), Reynaldo Izepp (trompete), Ricardinho Paraíso (baixo) e Wagner Barbosa (saxofone). Há de ressaltar a participação da Marisa Bentivegna que desde longa data vem criando a iluminação dos espetáculos do Nóbrega.

Além dos músicos, Nóbrega também traz para SETENTA + UM seu elenco familiar: Rosane Almeida, sua esposa, e os filhos Gabriel Nóbrega e Maria Eugênia Tita, que ao longo dos anos tiveram papel de destaque em suas encenações e estão levando o legado do pai adiante. “Com mais de 40 anos de parceria juntos, cada novo espetáculo é um projeto que rejuvenesce nossas expectativas.   Poder celebrar os 71 anos do Nóbrega no palco, com toda a família, com músicos e profissionais que nos acompanham há trinta anos é também comemorar a trajetória de um pensamento de Brasil e de cultura brasileira que tem se mostrado potente e eficiente não só no campo da criação artística como na área da educação e na de produção de conhecimentos em geral”, comenta Rosane.

Assim como nos espetáculos anteriores, SETENTA + UM vai trazer momentos originais, especialmente criados para nova encenação. Maria Eugenia, filha do casal, dá algumas pistas: “Nesse momento, ao nos reunirmos para criarmos juntos, cada um chega com a sua individualidade mais construída. Durante muitos anos a gente criou em família e esteve em cena em família, mas era algo dentro da árvore do meu pai e da minha mãe. De uns anos para cá, cada um foi criando mais o seu trabalho autônomo e eu acho que agora a gente se soma, cada um traz mais elementos singulares, com um colorido maior e ao mesmo tempo com um elo e vínculo mais intenso, maduro”.

Gabriel Nóbrega também conta um pouco do que se pode esperar. “Acho que é justo falar que nesses anos de carreira a mescla que ele faz com a família também deve ser celebrada e agora a ideia é homenageá-lo e relembrar um pouco tudo que a gente já produziu trazendo os destaques das nossas parcerias. Eu voltei a estudar pandeiro e as minhas incursões na dança, mas acho que sobretudo, vamos brincar no palco, que é o que a gente fazia de melhor”, conclui.

Portanto, pode se dizer que SETENTA + UM além de ser um trabalho de memórias e novidades representa igualmente mais um andaime da obra desse artista e trupe que tem no público do país o seu alvo predileto.

 

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